Pegar um transporte coletivo é uma atividade comum para muita gente. Mas, para pessoas gordas, isso pode ser um transtorno. Como foi para a estudante Blenda Almeida, 26 anos, que passou um constrangimento na manhã desta quarta (19), ao entrar em um ônibus. Ela não conseguiu passar pela catraca e ainda ouviu um comentário maldoso da cobradora do coletivo. A situação que Blenda viveu é muito mais comum do que se imagina. Por isso, o movimento Vai Ter Gorda realizou um protesto pacífico, também nesta quarta, na Estação da Lapa, em Salvador.

 

Segurando cartazes, as manifestantes solicitaram que a Câmara Municipal de Salvador faça a retomada das discussões do Projeto de Lei 303/2019, referente às catracas dos ônibus da capital baiana. A proposta tem o objetivo de evitar constrangimentos e até traumas quando pessoas gordas tentam passar pelas catracas dos coletivos.

A fundadora do movimento Vai Ter Gorda, Adriana Santos, explica que o protesto quis expor a dificuldade que as pessoas gordas têm em acessar os degraus, catracas, assentos e corredores dos coletivos de Salvador. Por isso, o projeto de lei propõe que, em caso de dificuldade de locomoção, o cobrador do veículo deverá se deslocar até o passageiro para cobrar a passagem. Quando o embarque for por acesso de terminais ou por bilhetagem eletrônica, a lei garante a aplicação dos mesmos direitos, inclusive garantindo a utilização das entradas reservadas às pessoas com necessidades especiais.
“Uma situação que seria de simples execução acaba virando um momento de constrangimento, violência física, psíquica e moral”, acrescenta.

Além do Projeto de Lei 303/2019, apresentado à Câmara, os integrantes do Vai Ter Gorda participaram da elaboração dos Projetos de Lei 284/2019 e 23.507/2019 que visam a criação de um dia municipal e estadual de combate à gordofobia, respectivamente. Ambos aguardam tramitação tanto na Câmara Municipal de Salvador como na Assembleia Legislativa da Bahia.

Foto:Hilo Daniel

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