O triunfo sobre o Atlético-MG, por 3×1, pelo Campeonato Brasileiro, deixou uma dúvida na cabeça dos tricolores. Diante do então líder do Brasileirão, as jogadas que deram o triunfo ao Bahia foram construídas na base dos contra-ataques.

Além disso, logo após o jogo o atacante Gilberto deixou o campo afirmando que o Esquadrão deveria voltar a ter postura reativa, abandonada, segundo ele, por uma tentativa de jogar bonito após pedidos de torcedores e parte da imprensa.
Seria esse então o novo modelo de jogo adotado pelo Bahia para o restante da temporada? Para o técnico Mano Menezes, não necessariamente. Na cabeça do treinador, o time tricolor precisa ter equilíbrio e saber se comportar de diferentes formas durante as partidas.

“A opinião dos jogadores para mim tem uma importância sempre considerável. São eles que vão executar a ideia que temos como teoria, que precisa se tornar prática dentro do campo. A observação foi em cima de um contexto especial, tínhamos acabado de vencer o líder por 3×1, num resultado muito bom e que foi construído em cima de estratégia, construção, todas bem executadas. Naturalmente teríamos que marcar mais naquele jogo. Então, quando você tem que marcar mais porque o adversário tem competência para jogar assim, tem que ter pegada forte, saída rápida para construir as jogadas ofensivas que te aproxime do resultado positivo. As vezes não é assim. Às vezes você tem que propor o jogo, o adversário te espera mais, aí você tem que ter outras soluções”, analisou Mano antes de completar:

“Eu penso que uma coisa não exclui a outra. A equipe tem que ter capacidade de competir forte sempre, em qualquer circunstância, porque se você não tiver uma marcação forte não vai retomar a bola, e se não retomar a bola, não tem como atacar. Uma equipe tem que estar preparada para todas as variações de uma partida de futebol. É assim que eu penso. Hora vamos ser reativos, hora vamos ter que propor e em ambos os casos vamos ter que saber nos comportar com eficiência”, afirmou ele.

Nesta quinta-feira (29), o compromisso do Bahia será contra o Melgar, pela segunda fase da Copa Sul-Americana. A partida em Lima abre a disputa em 180 minutos por uma vaga nas oitavas de final da competição internacional. No tricolor, o torneio é tratado com importância, por isso, Mano afirma que o torneio vai ser tratado no mesmo nível que o Brasileiro.

“Não vamos priorizar, não. É uma oportunidade, vamos jogar um mata-mata, são critérios e comportamentos diferentes. Serão 180 minutos ou passa ou fica pelo caminho. Vamos jogar o primeiro jogo fora de casa, quando você faz isso tem que ter o entendimento de trazer para sua casa a capacidade de decidir, se não for possível decidir no primeiro, o que quase nunca é para ninguém. Temos que ter essa maturidade, esse entendimento. É para isso que estamos preparando a equipe diante do Melgar”, disse.

Quem joga?
O que ainda é mistério no Bahia é a escalação que vai começar a partida em Lima. Questionado se o time ideal era o do segundo tempo contra o Atlético-MG, quando Daniel e Gilberto entraram em campo, o comandante tricolor tratou de despistar. Segundo Mano, as decisões vão ser tomadas baseadas no adversário.

“Não dá para separar um jogo em partes, a não ser para fazer análise de alguns aspectos. O jogo é visto como um todo e vamos pensar a partida contra o Melgar da mesma maneira. Temos escalas de prioridade e sempre que alcançarmos uma podemos avançar para outra. Vamos querer fazer um jogo maduro primeiro, depois buscar a vitória, é importante buscar a vantagem para um segundo jogo de mata-mata, se conseguirmos ela melhor. O jogo do Atlético-MG passou, teve as suas avaliações internas, vamos tentar tomar decisões agora pensando em um novo adversário”, avaliou.

A única certeza dada por Mano é de que Rodriguinho está fora da viagem até Lima. Segundo ele, o meia ainda precisa de mais tempo até estar 100% para voltar a ser relacionado para os jogos. Recuperado de uma fissura no pé, Rodriguinho já iniciou os treinos no campo.

“O trabalho é um processo longo que à medida que você avança uma casa pode pensar na outra. Nossa equipe está melhor condicionada por tudo que passou, pandemia, excesso de jogos após a retomada, o desgaste que isso projetou, vitórias, derrotas, vai construindo um caminho novo, que é o que estamos fazendo agora. Estou feliz com o que a gente encontrou, a estrutura, dedicação dos atletas no dia a dia, a busca por essa retomada. Essa semana foi uma que proporcionou a gente a fazer de forma adequada”, finalizou.

(Correio)

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