Toda vez que chove forte é a mesma agonia na Rua Adalice B. Fonseca, no Loteamento Pouso Alegre, em Lauro de Freitas. A rua, que está em uma área baixa, fica alagada por conta do entupimento do esgoto, da água de um rio que passa por uma manilha que transborda em dias chuvosos e do escoamento da chuva de outras ruas que ficam na parte de cima do loteamento. Mais do que isso: a água que invade a rua também entra nas residências e provoca estragos. Um problema que aconteceu de novo nesta terça-feira (20), quando o pluviômetro de Itinga registrou um acumulado de 50,95 milímetros entre 13h e 14h.

De acordo com a Defesa Civil de Lauro de Freitas, não há registro, nos últimos anos, de um volume de chuva tão grande em um curto espaço de tempo na região e tudo que choveu ontem era o esperado para todo o mês de abril. No entanto, os moradores afirmam que não é preciso chegar a tanto para que água invada as casas. Para eles, qualquer chuva mais forte é sinônimo de dor de cabeça. É o que garante a educadora Rosângela das Neves, 46 anos, que vive na rua há mais de 40 anos.  “Caiu uma chuva mais forte, vai entrar água, isso é certeza. Qualquer chuvinha já alaga a rua e é só ser um pouco mais intensa que entra pra dentro de casa. Por isso, vivemos com os móveis suspensos. Os meus estão em cima de blocos”, conta.

Bens perdidos
Assim como boa parte dos moradores na rua, Rosângela precisou fazer alterações estruturais na casa, instalando batentes mais altos na entrada para impedir que a água entre, o que nem sempre é possível. Alterações que custam alto e se somam aos prejuízos com a perda de móveis. “Já perdi estante, sofá, armário de cozinha, geladeira. Tanta coisa que fica difícil até de lembrar. Ao todo, gastei, pelo menos, uns R$ 6 mil na reposição de móveis e material de construção para suspender a entrada pra evitar que a água invada. Hoje, não posso ter nada de valor em casa por isso”, diz Rosângela.

A situação é bem parecida para Gildete Braga, 73, aposentada que precisou instalar muros no portão da garagem e na entrada de casa para evitar que a água entrasse, mas, mesmo assim, não conseguiu evitar os prejuízos. “Perdi cama, sofá, a geladeira queimou, a água tá acabando com a minha estante na sala. Isso vem de anos, fica difícil pra gente porque não temos dinheiro pra comprar outros móveis. Perdemos tudo, você pode entrar na minha casa e vai ver que não tem quase nada por conta desses prejuízos”, fala.

Foto: Reprodução

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