Segundo o Diário do Grande ABC, um dos terroristas que participaram do Sequestro de Abílio Diniz, relembrado esta semana pela confissão de Lula de que teria pedido ajuda à FHC para soltá-lo, era filiado ao PT quando cometeu o sequestro.

para soltá-lo, era filiado ao PT quando cometeu o sequestro.

O cearense Raimundo Rosélio Costa Freire, 35 anos, único brasileiro entre os ativistas de esquerda que seqüestraram o empresário Abílio Diniz, dono do Grupo Pão de Açúcar, em 1989, foi condenado a nove anos e quatro meses de prisão.

Trabalhava, em 2000, numa gráfica em Fortaleza, e na mesma época, retomou o curso de História na Universidade Estadual do Ceará e, ao voltar às atividades políticas, fez uma revelação: “Eu continuo filiado ao PT. Ao verificar os registros do partido, percebi que nunca deram baixa na minha filiação, de 1983”, revela Freire, em entrevista.

No PT do Ceará, onde ingressou como integrante da corrente Convergência Socialista – que foi expulsa do partido e fundou o PSTU em 1994, Freire é o filiado número 1.937, num universo que varia, atualmente, entre 28 e 30 mil filiados no estado.

A descoberta retira do armário um velho esqueleto que o PT sempre negou: quando participou do sequestro como ativista designado pelo comando de guerrilha da Frente Popular de Libertação de El Salvador (FPL), Freire era um filiado do PT.

Ao deixar o Brasil em 1988, para, em nome da solidariedade internacional, ingressar na guerrilha salvadorenha, o seqüestrador lembra que chegou a pedir, informalmente, que o desligassem do partido. Por descuido ou desleixo, sua ficha de filiação não foi cancelada.

Em dezembro de 1989, quando o cativeiro de Diniz, no Bairro do Jabaquara, Zona Sul de Sao Paulo, foi cercado, nem a polícia sabia que havia um petista entre os ativistas.

Mesmo assim, a polícia permitiu que o episódio fosse manipulado politicamente para prejudicar a campanha de Lula, na véspera da eleiçao de 1989, em que concorria a presidente.

Alguns presos foram obrigados a vestir camisetas do PT, apreendidas com material da campanha de Lula nos imóveis alugados pelo grupo, e agendas dos seqüestradores com os telefones e endereços de dirigentes do partido foram divulgadas.

Freire reconhece que o seqüestro foi um erro político cometido pelas organizações envolvidas – FPL e Movimento de Esquerda Revolucionário (MIR), do Chile – e sustenta que ninguém do PT soube com antecedência da Operação Carmelo, apelido dado à ação para apanhar Diniz, por cuja libertação exigiriam, sem pechincha, US$ 32 milhões.

Com informações do Diário do ABC

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