O rapaz afirmou que, no mês passado, ‘em data que não recorda, ‘dentro do Supermercado Ricoy, instalado no local dos fatos, onde apanhou das gôndolas uma barra de chocolate e tentou sair sem efetuar o pagamento’. “Foi abordado na saída pela pessoa de Santos, segurança do local, o qual conhece já há algum tempo”.
“Ele foi auxiliado por Neto que juntos levaram a vítima até um quarto nos fundos da loja”, narrou.
O jovem acrescentou. “Ali a vítima foi despida, amordaçada, amarrada e passou a ser torturada com um chicote de fios elétricos trançados. Ali, permaneceu por cerca de quarenta minutos, sendo agredido o tempo todo”.
“Não sabe dizer se mais alguém percebeu que aqueles seguranças o levaram para dentro daquele quarto onde foi espancado”, consta no termo de depoimento.
“Depois de apanhar bastante foi liberado pelos agressores e não quis registrar boletim de ocorrência pois temia pela sua vida. Na saída do supermercado ouviu santos dizer que caso falasse algo para alguém iria matá-lo”, concluiu.
Ele foi acompanhado pelo advogado Ariel de Castro Alves, conselheiro do Condepe (Conselho Estadual de Direitos Humanos). “Estarei acompanhando as investigações e cobrando a punição dos responsáveis por esses atos bárbaros e cruéis de Tortura”.
“Existem indícios contundentes de crime de tortura praticado pelos seguranças. A tortura ocorre quando alguém é submetido, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental. A lei 9455 de 1997, prevê penas de 2 a 8 anos aos acusados. A tortura é considerada um crime hediondo”, afirma o advogado.