Jair Bolsonaro defendeu o fim dos radares móveis nas estradas federais. Ontem de manhã, em cerimônia de liberação de um trecho de 47 quilômetros de duplicação da BR-116 na cidade de Pelotas, interior do Rio Grande do Sul, o presidente disse que quer acabar com esse tipo de fiscalização até a próxima semana.
“Estou com uma briga na Justiça para acabar com os radares móveis do Brasil. Isso é coisa de uma máfia de multas. É um dinheiro que vai para o bolso de poucos aqui no Brasil. É uma indústria de multas. A partir da semana que vem, não teremos mais essa covardia de radares móveis no Brasil”, prometeu.
Bolsonaro disse, ainda, que o prejuízo causado pelas multas são incluídos no preço final de produtos transportados por caminhoneiros. “O radar é decisão minha. É só determinar a PRF que não use mais e ponto final. Se alguém me provar que esse trabalho é bom, eu posso voltar atrás. Mas todas as informações que eu tenho, inclusive dos caminhoneiros que botam na conta final do que você vai comprar no mercado o preço do trajeto que ele faz pra entregar a mercadoria. Abusaram do sistema eletrônico de controle de velocidade no Brasil. Virou caça-níquel”, atacou.
O anúncio surpreendeu a Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Rio Grande do Sul. Ao site GaúchaZH, agentes afirmaram que nenhuma informação sobre a medida havia sido repassada aos servidores, que possuem 22 radares móveis à disposição.
Não é a primeira vez que Bolsonaro dá uma declaração do tipo. Em março, defendeu o fim das lombadas eletrônicas e dos radares móveis, chamados por ele de “armadilha”. Em pesquisa divulgada no mês passado pelo Datafolha, 67% dos entrevistados disseram ser contra o fim dos radares. O instituto ouviu mais de 2 mil pessoas em 130 municípios.