O presidente da Câmara Rodrigo Maia manifestou preocupação nesta sexta-feira (19) com o fato de que um eventual novo debate sobre reforma política no país possa acabar reestabelecendo a possibilidade de haver coligação entre partidos durante as eleições. 

“Temos que ter muito cuidado para não voltar com a reforma política e acabar com uma parte querendo retomar com as coligações. Temos que ter cuidado para que uma coisa que parece boa não termine em retrocesso”, opinou durante vista às instalações da Fundação Doutor Jesus nesta manhã.

Questionado sobre qual próxima reforma será discutida quando o texto da Previdência for aprovado, Maia indicou que existe uma convergência entre Câmara, Senado e governo em torno de uma mudança no regime dos tributos do Brasil.

“Há uma pauta que está sendo discutida no senado – e nós queremos trabalhar em conjunto com o senado – que é a reforma tributária. Hoje o presidente deu uma declaração muito importante, dizendo que quer unificar impostos, mas que não quer a CPMF [Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira]. Graças a Deus!”, brincou. 

Previdência

Durante rápida conversa com jornalistas, Maia também fez uma avaliação positiva das novas projeções para a economia que será verificada com a aprovação da Previdência. 
“Na semana passada eles diziam que seria R$ 770 bilhões. Hoje nós estamos vendo que é de R$ 930 bilhões, muito maior do que os institutos que dizem que entendem dos números previdenciários projetaram na semana passada”

Ese montante será acrescido, segundo maia, no mínimo mais R$ 200 bilhões que podem ser poupados a partir da medida provisória 871, que realiza um pente fino nos benefícios do INSS. 
“Se deus quiser, com um segundo turno votado em agosto, vamos encaminhar para o senado com uma economia global superior a R$ 1,1 trilhão – que eu acho que garante um equilíbrio da dívida previdenciária brasileira”, opinou.

Ele se disse otimista com a perspectiva de aprovação da matéria em segundo turno no próximo dia 6, 7 ou 8 de agosto. Na última quinta-feira (18), Maia se reuniu com o ministro da Casa Civil Onyx Lorenzoni e com a secretaria Especial de Previdência Social Rogério Marinho para reorganizar a votação “partido por partido”, para garantir que a votação terá quórum semelhante ao da votação do primeiro turno. 

“A partir daí, o protagonismo será do Senado Federal”, concluiu. Nesse meio tempo, para garantir a aprovação do texto, Maia acredita que o governo federal deve continuar dialogando com os partidos, explicando pontos do texto aos parlamentares que ainda tem dúvidas. 

Questionado sobre seu protagonismo e empenho durante a aprovação da Previdência em 1º turno, o presidente da casa fez questão destacar que o resultado não teria sido alcançado sem os demais colegas. “Foi o esforço, primeiro, de dezenas de deputados. Depois, graças a Deus, 379 deputados que compreenderam a importância da votação desta matéria. Tenho certeza que todos irão para o segundo turno com a mesma convicção, e certeza”, disse.

Maia descreveu o projeto tocado pelo Pastor Sargento Isidório com “espetacular”, e que o trabalho do parlamentar ofereceu a um grupo de pessoas o apoio que o estado e suas famílias não forneceram em um determinado momento de suas vidas. O presidente da câmara avaliou que é necessário dar foco aos brasileiros mais simples para reduzir a pobreza e desigualdade. “Só através da família nós vamos colocar esse país de volta nos eixos novamente”, concluiu.

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