A Fundação Doutor Jesus, denunciada pelo Fantástico neste domingo (19) por suspeitas de desrespeito aos direitos humanos  deve receber até julho de 2024 cerca de R$ 56 milhões da Bahia.

Os recursos serão destinados pela Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS) para o atendimento de mil pessoas, de ambos os sexos, em situação de vulnerabilidade e sejam dependentes de substâncias psicoativas.

O termo de fomento foi publicado pelo governo estadual no Diário Oficial do Estado (DOE) da última quarta-feira (15).

Sob o nome de “Ararat VI” – em referência a um monte bíblico – a iniciativa tem ligação com o deputado federal Pastor Sargento Isidório (Avante) e, segundo o documento, pode receber o recurso desde o último sábado (18).

O orçamento está previsto dentro do programa de Assistência Social e Garantia de Direito. O titular da secretaria, Carlos Martins Marques de Santana, e a presidente da Dr. Jesus, Francisca Edileuda Celestino e Silva, assinam o termo que formaliza a transferência.

Francisca Edileuda, segundo consta no sistema da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), foi lotada no gabinete do sargento Isidório em 2006, quando o líder religioso era deputado estadual.

As verbas do projeto superam o montante previsto para sete outras organizações que receberam o aval do governo da Bahia para conduzir o mesmo tipo de atividade junto a 175 pessoas. Essas comunidades terapêuticas, como intitula o próprio estado, devem contar, entre 2022 e 2024, com R$ 7,8 milhões da SJDHDS pelo sistema Bahia Viva. A política prevê, dentre outros critérios, parâmetros de custo per capita e regras acerca da composição do quadro gestor de cada instituição.

Procurada, a assessoria do parlamentar não comentou sobre o assunto e afirmou que só o próprio poderia falar sobre a atividade. A reportagem não conseguiu localizar Isidório.

A SJDHDS, no entanto, pediu que os questionamentos fossem pontuados, mas não enviou respostas detalhando a parceria com a Fundação Doutor Jesus até o fechamento desta matéria.

Por Gabriel Lopes / Bruno Leite

 

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