Não é todo jogador que passa por um clube e se torna ídolo. Lima Sergipano conseguiu esse feito no Bahia.

O volante era daqueles que, verdadeiramente, suavam a camisa. Os torcedores tricolores até hoje se lembram da sua raça e cobranças de faltas de derrubar quem ficasse na frente.

Mas o ídolo, hoje, passa por muitas dificuldades. Sem recursos financeiros, ele passa necessidades e já acumula atrasos no pagamento de pensões alimentícias. 

De Itabaiana, em Sergipe, onde mora, o ex-jogador implorou por ajuda e revelou que pode ser preso a qualquer momento. O atleta afirmou que se sente abandonado após pedir para receber o auxílio financeiro do programa batizado de “Dignidade ao Ídolo”, criado pela gestão do presidente Guilherme Bellintani para ajudar ídolos em situação de extrema dificuldade.

“Tive o pedido negado e não entendi por que. Eu sou um ídolo do Bahia, amo Bahia. Nunca joguei no rival, o Vitória, que chegou a me fazer proposta para ganhar cinco vezes mais do que o Bahia me pagava. Não tive a documentação aprovada para receber o auxílio. Disseram que é porque não tenho problema de saúde. Mas, se eu estiver morrendo, não precisa ajudar, deixa que eu morra logo”, disse.

O ex-volante também revelou que tem mandado mensagens para Bellintani, mas não obtém respostas. “Bellintani eu sempre conversava com ele, uma pessoa muito boa. Tinha muito contato com ele. Hoje, algumas mensagens que mando, ele não responde. Estou precisando muito do Bahia, muito do presidente. Estou devendo pensão e já estou com mandado de prisão. Ele sempre me ajudou, mas agora não está me respondendo mais. Ele é um grande presidente, faz um belo trabalho, mas peço que, por favor, responda minhas mensagens. Estou tendo que me esconder para não ir preso”.

Lima, que chegou a trabalhar no Bahia durante a gestão de Marcelo Sant’Ana, contou sobre o período e mostrou mágoa pela forma que foi tratado e precisou deixar o clube. “Eu estava junto com Fabino (Edson Fabiano), como auxiliar. Inclusive, estivemos naquela Copa São Paulo em que o Bahia chegou aonde ninguém esperava. De uma hora para a outra, toda a comissão foi desfeita e ninguém soube por quê. Tive a proposta do antigo presidente, Marcelo Sant’Ana, mas passei por algumas dificuldades em Salvador, pois pagava aluguel e não sobrava praticamente nada apara mandar para minha família em Sergipe. Eu pedia ajuda a alguns amigos. Escolhi voltar para casa e procurar algo por aqui. só não passei necessidade por não ter vergonha de correr atrás dos amigos. Eu pedia até gasolina para colocar no carro e ir para o Fazendão trabalhar. O Bahia não assumiu o aluguel. Tive que pagar tudo. Tinha meses que só sobravam R$ 100 para o mês todo. Se não fossem os amigos, eu passava fome”.

Já sobre a torcida, o Cabo Lima, como era carinhosamente chamado, o ex-atleta só tem a agradecer. “Com o torcedor a relação é muito boa.  O Pessoal tem muito carinho pelo Lima. Não ganhei dinheiro, mas ganhei muito carinho no Bahia. Foi um clube que aprendi a amar. Joguei até com dengue. Descobri uma dengue na sexta e joguei BaVi no domingo. Só faz isso quem ama o clube. Hoje, o cara sente uma dor na mão em um dia e no outro não quer jogar”, encerrou.

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